terça-feira, 7 de setembro de 2010

Recomendações da Conferência Internacional para o Parto

Transcrevo abaixo as Recomendações da Conferência Internacional para o Parto, que recebemos em um dos encontros no curso de gestante do HU.

Recomendações da Conferência Internacional para o Parto
escritorios regionais da Europa e Américas
Organização Mundial de Saúde (OMS)
Fortaleza, Brasil, 22 a 26 de abril de 1985

1- Toda comunidade deve ser informada sobre os procedimentos relativos à atenção na gravidez e parto, permitindo a cada mulher o tipo de cuidado que preferir.

2- Informações sobre procedimentos rotineiros de parto (indução, analgesia e anestesia epidural ou peridural, cesária, enema, tricotomia) de cada hospital ou clínica, pública ou privada, que realiza partos, devem ser oferecidos ao público que procura o estabelecimento.

3- Não há fundamento científico para realização rotineira de tricotomia nem enema prévio de parto.

4- O parto não deve ser induzido por conveniência. Nenhuma comunidade deverá ter taxa de indução maior que 5% das taxas de complicações obstétricas esperadas no parto.

5- A ruptura artificial da bolsa amniótica como procedimento rotineiro não tem justificativa científica.

6- As parturientes não devem ser colocadas em posição de litotomia durante o trabalho de parto e no parto. Durante as contrações, deve-se estimular a movimentação da mulher pela deambulação ou qualquer outro movimento que adote livremente. Cada mulher deve escolher livremente a posição de parto preferida bem como o local (instituição ou domicilio)

7- A administração de analgesicos e anestésicos no parto deve ser criteriosa para evitar efeitos colaterais indesejáveis.

8- A episiotomia sistemática não tem justificativa técnica ou científica.

9- Não há justificativa para mais de 10% de taxa cesaria em nenhuma comunidade. Devem ser estimulados partos naturais vaginais após uma cesária.

10 - Incentivar a amamentação imediatamente após o parto.

11- O recem-nascido sadio deve sempre ficar com a mãe. Não se justifica a separação rotineira do recém-nascido sadio da mãe para observação.

12- As entidades que atuam em cuidados pré-natais devem considerar, junto com organismos estataia correpondentes , a facilitação do parto natural domiciliar, promovendo políticas de habitação e proteção técnico científica.

13- A assessoria para parto natural domiciliar deve ser multidisciplinar integrando mulheres e mães e envolvendo a utilização de tecnologia adequada.

14 - As instituições que atendem partos devem observar os direitos da pessoa protegendo a liberdade dos cidadãos, eliminando rotinas invasivas, segregadas ou que impeçam a liberdade de escolha de procedimentos (presença do pai, acompanhante, doula no parto; indução, tricotomia, enema, berçário, anestesia etc.)

É isso aí gente, erros de digitação sob minha responsabilidade. Abaixo um glossário para entender alguns termos.

Enema: lavagem intestinal (um jato no fiofó, jêsus me acode!)
Tricotomia: raspagem dos pêlos pubianos antes do parto (era pra diminuir o risco de infecção caso tivesse episio).
Litotomia: posição em que a mulher fica deitada com as pernas abertas apoiadas ou não. A famosa posição do ginecologista.
Deambulação: movimentar-se, andar, sentar, etc, estou procurando aqui na net as posições pra ajudar as contrações, força na peruca que logo acho. rs
EEpisiotomia: Um corte feito na vagina, lá embaixo pra "ajudar" na passagem da criança.


Bom, essa conferência aconteceu ém 1985 e muitos procedimentos já deixaram de ser utilizados, como enema, tricotomia, episio, etc. Pelo menos na maternidade do HU!

Beijocas

Nenhum comentário:

Postar um comentário