quinta-feira, 15 de julho de 2010

Segundo Trimestre - meu contato com a minha natureza.

Segundo trimestre e tudo vai bem.
Tenho uma irritação aguda, fora os problemas da vida, tenho me sentido bem.
Tentei deixar todas as coisas materiais prontas até o sexto mês (completo segundo os US sempre no dia 21.) Ao contrário do que pensava gestação não dura nove meses, dura sim 40 semanas. Parece ser a mesma coisa, é quase a mesma coisa, mas não é bem assim rsrsrsrs.

Agora, na 24ª semana, tenho me dedicado ao meu aspecto psicológico mediante ao parto. Como disse, as vezes esquecemos que somos bichos, mas me corrijo, nós nos esquecemos completamente que somos bichos e vivemos numa sociedade bem mecanizada e o nosso contato com nosso "eu" natural ficou suprimido.

Acho estranho ter que recorrer a livros, sites, grupos de discussão para saber como é uma gestação, como é um parto, como é que a coisa mais natural do mundo todo acontece.

Um dos primeiros conselhos que daria a qualquer grávida é: fique surda! Falam tantas coisas, crendices, histórias terríveis de partos, dores, mortes, e etc. Muita desgraça e eu uma serzinha tão inexperiente me apavorava. Parei com tudo!

Agora o que me empenho e em olhar pra dentro de mim. Aprendo a respirar. Aprendo a entender o meu corpo e fazer o que ele quer. Uma das coisas que a gestação me ensinou e o que o meu desemprego ajudou é a respeitar meu corpo e as vontades dele. Se tenho fome, como. Se tenho sede, bebo. Se tenho vontade de ir ao banheiro, vou. Se tenho sono, durmo. Se tenho angustia, choro. Se tenho alegria, sorrio e gargalho. Sem horários definidos pelo meu patrão, pelo meu despertador, pela mania que todos têm de achar que mulher pode fazer qualquer coisa durante a gestação. Que gravidez não é doença, que a mulher pode tudo.

Pode sim! Mas não quando ela quer e sim quando o corpo dela deixa. Que maravilha seria se todas nós mulheres pudessemos desfrutar desse momento em forma plena. Sei que é preciso trabalhar, que é preciso sustentar, que é preciso ter coisas materiais e que é possível fazer tudo isso, podemos sim e já provamos muito isso. Mas... e o nosso corpinho? Corpo que não é mais nosso, que é também de outro serzinho que está chegando ao mundo? Onde fica?

Vejo mulheres grávidas, com uma barriga enorme dormindo nos seus teclados de trabalho e penso, que sorte que eu tenho. Que sorte que a vida me deu de não estar precisando me adequar as essas regras de sociedade e poder tirar uma boa e prolongada soneca quando tenho vontade. Não, não é preguiça, é necessidade. Uma necessidade que grita, mas grita tanto que mesmo que a gestante lute contra, acaba cedendo ao seu sono, ao seu corpo, no seu local de trabalho.

Não, não estou dizendo que as mulheres não possam e nem tenham capacidade de produzir no seu período de gestação. Podem sim! E como! Mas as convenções, hora pra entrar, hora pra almoçar, hora pra sair, hora do ônibus, hora do trafego lotado, essas convenções são chatas, não anti naturais, são uma afronta, um desrespeito a natureza da real necessidade do seu ser, principalmente nesse período.

Estou me achando uma ridicula em não saber e não entender coisas que são da mais naturalidade do ser humano. Mulheres que não sabem distinguir o que são gazes do que é o movimento do seu bebê. Mulheres que demoram a sentir o bebê mexer, não porque ele não se mexeu ainda, mas tem uma correria tão grande, tanta agitação que não consegue sentir as pequenas coceguinhas, tão sutis e tão suaves que ele vai apresentando nos primeiros tempo de gestação.

A nossa sociedade impõe esses absurdos não só para nós mulheres gestantes, mas para as mulheres não gestantes, para os homens, para todos nós. Desrespeitamos o que temos de mais precioso, nosso corpo, nossa necessidade básica diaria, mas como estou gestante, foquei nisso.

Disse que ia vir com discursos anti feministas, né? rssrsrs

Beijocas a todos!

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